21 de julho de 2007

Manoel Caetano Bandeira de Mello

Só pra constar que "conheci" um escritor FODA!
Recomendo o livro Durante o Canto.
Abaixo, alguns sonetos do escritor Manoel Caetano Bandeira de Mello.

Está escrito assim mesmo, sem vírgulas ou pontos =)

" CANÇÕES DO AMOR
I
(do amor constante)


Em silêncio de sonho te contemplo
ainda que perto um do outro nos achemos
assim como te via noutro tempo
ainda com o espanto do adolescente

que fui que para nós voou-se o tempo
a distância nas asas dele extingue-se
iluminas como ontem minha vida
e ainda o temor de que te aproximes

Nunca ouvi tua voz o teu chamado
me chega como sempre de teus olhos
que iluminaram nossa juventude

hoje tão comovida como dantes
porque o amor a nós dois faz sempre moços
nunca hoje nem amanha depois nem antes


Pois não há tempo que nos transfigure
Os amantes são donos do segredo
que os faz atravessar pelas idades
sem noção de que é tarde ou de que é cedo

É um deslizar constante na corrente
aos olhos dos demais como parados
os amantes não passam um para o outro
por mais que longos anos são passados

O tempo deste amor foi a eternidade
não se mede com os dias transcorridos
ou com as noites de sono em cego embalo

mais do que transfluindo ele persiste
no mundo movimento igual de rumo
na vigília, no sono, no intervalo


Amor que este canto não define
porque não cabe dentro dos vocábulos
amor que para oturo se destine
que independe d everbo ou de incunábulo

Amor que por amor se comunica
com a linguagem que o outro reconhece
que a distância separa e permanece
na presença interior que sempre fica

Sem tempo sem distância assim transcorre
até sim mesmo o amor inesgotável
enquanto em derredor o mundo morre

Que importa que eu não escute o que tu cantes
que importa não te escute a fala amável
nunca hoje nem amanha depois nem antes

II
(Do Amor)
(...)


Amor que a solidão não desfigura
mas transforma em contorno de saudade
em outro plano de realidade
que me aparece flutuante e pura

Amor cujo silêncio a voz invade
de quem chega com riso e amargura
ressoando em minha alma noutra altura
acima desta humana tempestade

A distância que agora nos separa
se existe é para o mundo unicamente
que tudo só ocmpreende num lugar

enquanto o dom de amor nos leva para
onde estiver quem se ama porque ausente
só está quem não se pode mais amar


Tomara os obstáculos não vençam
o elo que nos prende neste enleio
inútil o mundo pôr-se de permeio
a dois quando um ao outro se pertençam


Os que nos verem separados pensam
tomara me causassem algum receio
porque se moro dentro do teu seio
em mim nossas almas se condensam

Aos olhares do mundo vigilantes
oporemos de fato ou de memória
cada um de nossos cálidos instantes

que para eles nada prevalece
porque se a vida humana é transitória
a vida dos que se amam permanece

(...)


Amor com amor ausente causa medo
que nos seio do outro desvaneça
amor não estando junto é o degredo
amor estando perto acaso esqueça

Amor não é pensamento que se teça
sem ter consigo o fio do segredo
do ítimo rio que nos esclareça
pelo sangue por onde flui o enredo

O segredo de amor por mais que denso
para olhos alheios não resiste
a quem por causa dele perde o senso

porque se a vida não parece triste
não ´epor força de amor que nos carrega
na superfície da corrente cega?

(...)"


Vou postando aos pouquinhos... Sonetos de um livro dentro de um livro chamado durante o canto, de Manoel Caetano Bandeira de Mello.
O CARA É BÃO!

19 de julho de 2007

O que me faz feliz

Agora, dando seguimento a uma outra corrente. No blog d'O vencedor tinha uma indicação pra mim, então vamos lá...
Hoje é um dia perfeito pra falar do que me faz feliz. Estou absolutamente feliz. Dos pés à cabeça. =)
Mas minha felicidade é feita de momentos. Não sou feliz... Estou sempre feliz... E há uma grande diferença entre as duas coisas. Vou explicar:
Se passo um momento perfeito, que me deixa feliz, ele não serve pra fazer de mim uma pessoa feliz pra sempre, mas a lembrança de que passei momentos felizes me impede de ficar triste.
O fato de saber que minha vida é melhor que a de muita gente também serve pra me fazer muito feliz.
No carnaval de 2007, eu presenciei uma cena que mudou completamente o mundo diante dos meus olhos, talvez pelo fato de eu ter mudado o modo que o vejo... Minha vida é ótima, meus amigos são ótimos, minha família é ótima. Eu me convenci que a perfeição é apenas utopia e nada é perfeito. Sem defeitos, não valorizariamos as qualidades. Sem doenças, não valorizamos a saúde. Sem solidão não valorizamos a amizade. Sem tristeza não valorizamos a alegria. Minha vida tem suas faltas... Mas nada do que eu tenho é 'de menos'. Tenho tudo na medida certa... Nem demais, pra não menosprezar, nem de menos pra ser infeliz por não ter algo...
Sou feliz por ter amigos verdadeiros, sou feliz por ter falsos amigos. Sou feliz por ter pessoas que me amam de verdade e sou feliz por ter as pessoas que estão ao meu lado por verem alguma vantagem nisso. Sou feliz por ter ao meu lado pessoas que são felizes simplesmente por estarem em minha companhia e sou feliz por ter ao meu lado pessoas que gostam de fingir... Sou feliz pela minha saúde e pelos momentos de doença. Sou feliz por minha família ser louca mas cheia de amor. Sou feliz por todas as conquistas que não obtive e por todas as minhas derrotas. Na hora em que perdemos algo, sofremos pela falta que isso faz e assim, aprendemos a valorizar mais as coisas que nos são caras.
Sou feliz por aprender, por viver, por trabalhar, por estudar, por gostar, por amar, por odiar, por desprezar...
Amo minha vida, sou feliz por ser quem sou. Comparar minha vida à de outras pessoas me faz ver que não tenho motivo pra não ser feliz. Sou feliz por ter aprendido a não me fazer de coitadinha. Aprendi a ver o mundo como a Poliana, do livro. Sou feliz por ter meu copo meio cheio. Sou feliz por ter aprendido a esperar pra ver o lado bom de todas as coisas... Não importa quanto tempo se passe, sempre ganhamos alguma coisa ao perder outra, nem que seja o conhecimento pra não perder novamente.
Resumindo, sou feliz por ter aprendido a aprender.
E como a ninemenina, não passo a corrente a alguém especificamente, mas peço que reflita... O que te faz feliz?

existe competição na blogosfera?

Continuando com a corrente, vou responder a essa pergunta, que a ninemenina me indicou.
poxa, sei lá... Existem pessoas cujos mundos são pequenos o suficiente pra achar que popularidade é uma questão de honra. Não penso assim. A idéia inicial do meu blog é falar sobre mim. Não faço questão que todos leiam. Não me preocupo se tal blog é mais popular ou menos que o meu. Faço porque gosto... Não ganho nada com ele mesmo :D
Bem, aline.. pergunta respondida?
Beijão ;D

12 de julho de 2007

The Lake House ²



CARA! Eu assisti. Depois de meses criando coragem... E me arrependi de ter perdido tanto tempo. O fato de ter finalmente assistido esse filme significa algo grande na minha vida pessoal, mas não é sobre isso que quero falar...
Quero dizer que Casa do Lago é o melhor filme que já assisti. A história dos dois, apesar de impossível, é a mais linda e extremamente realista se vista como uma metáfora.

O caso é o seguinte: Kate Forster (Sandra Bullock), uma médica solteirona e solitária (como todas as personagens da Sandra), morava numa tal CASA DO LAGO, arrumou um emprego num hospital da cidade e decidiu mudar-se para um apartamento mais próximo do seu local de trabalho. Ao partir, deixou uma carta endereçada ao próximo morador ou moradora da casa do lago, pedindo que, no caso de chegar alguma correspondência pra ela, o dono da casa fizesse a gentileza de enviar para o novo endereço dela. E Alex Wyler (Keanu Reeves) recebe essa carta. Alex responde a carta, deixando a resposta na caixa de correio da própria casa do lago, porém, dizendo que a casa do lago estava vazia há anos e que não havia nada que indicasse que ela havia morado ali há tão pouco tempo. Eles acaba descobrindo que ela vive em 2006 e ele em 2004. Continuam se correspondendo e acabam se apaixonando. Ele luta de todas as formas pra fazer a vida deles se cruzar mas não consegue... E não vou falar mais porque posso acabar contando, sem querer, o mistério do filme. :D
Mas assistam. Sandra Bullock, linda como sempre, atuou muito bem. Reeves está meio gordo e feio, mas teve um ótimo desempenho. O FILME É FODAAAAAA ;D


próximas postagens:
Respondendo a duas correntes respectivamente de
ninemenina e d'ovencedor