15 de outubro de 2009

Superficialização

Pra começar, uma informação: Eu sou sentimental demais. Dou muita importância a coisas triviais e me apego demais a pessoas que não me pediram apego. Mas não é simples despertar meu interesse. Você não fez sem querer e esa é sua parcela de culpa nessa minha tempestade emocional.
O que é difícil me fascina; quero desafios cada vez maiores, mas o que é impossível não me atrai nem um pouco. Assim como não tenho vocação pra ouvir sempre palavras aparentemente exclusivas a mim e ser tratada como alguém ordinário e dispensável. Eu dei honestidade, entrega, sacrifícios e em troca recebi outros tantos degraus pra subir, sorrisos que provavelmente me acertaram por acaso e olhares que me penetram, me atravessam e se vão.
Você não me pediu pra ser importante pra mim, mas é. E uma vez que demonstrou que não quer ser, farei de seus desejos minha ordem mais uma vez.
Isso não quer dizer, porém, que não será minha um dia, ou uma noite... Será, sim. Terei você nas minhas mãos, nos meus braços, na minha boca... E só. Não mais em meu pensamento. Não mais em meu coração.

July, 2nd, 2009.

19 de junho de 2009

At the top of my lungs

Há algumas coisas na vida, coisas subjetivas, que podem ser compreendidas se observarmos coisas objetivas sobre nós mesmos ou sobre a vida alheia.
Eu estava encontrando muita dificuldade em superar um momento da minha vida, ou ao menos entendê-lo... Mas essa noite eu tive a oportunidade de tornar essa situação transparente apenas observando uma situação aparentemente diferente da minha.
Tinha uma garotinha na rua. Ela devia ter uns 10 anos de idade e estava a uns 10 metros de distãncia de sua mãe, e estava chamando por ela. O que me fez olhar.
Primeiro, ela não gritou muito alto, mas mesmo assim sua mãe podia ouvi-la. A mãe não respondeu. A garotinha gritou mais uma vez, mais alto... E sua mãe disse "Eu não 'tô nem te ouvindo!"
Nós sabemos que a mãe estava ouvindo a filha, mas não se importou porque a menina não saiu do seu campo de visão. Mas a menina não entendeu, e gritou mais alto, berrou, e a mãe, mais uma vez, não respondeu.
Então eu percebi que quando você chama alguém, se a pessoa pode te ver, talvez não se importe com seu chamado, pois quando ela quiser estar próxima de você, saberá onde encontrá-lo. Mas se você está distante, e grita, e a pessoa procura mas não sabe onde você está, isso a preocupará.
Claro que a mãe da garotinha estava brincando com ela, mas a garota não entendia isso. Mas e se a garota entendesse e resolvesse brincar também? E se ela se escondesse e gritasse novamente? O que sua mãe faria? Ela ficaria transtornada!
E me occoreu que quando eu chamo alguém que pode me ver, e essa pessoa não responde, é porque sabe que eu estou logo ali. Mas eu não tenho dez anos de idade, eu também sei me esconder. Também sei brincar.
E se eu decidir me esconder e, em vez de gritar, silenciar?
E se meu silêncio for mais agradável que meus gritos?
Eu posso decidir me esconder bem longe, onde não serei capaz de ouvir os SEUS gritos, porque certamente gritará quando perceber que eu fui embora. E nesse momento você vai se arrepender de não ter me atendido e vai desejar ardentemente por meus gritos novamente e eles não estarão lá. Nem minha voz, nem meu riso. Só o silêncio, prova irrefutável da minha partida.

written on may, 20th, 2009.


Só pra constar. Depois disso eu parti. E não gritei. E ela se desesperou, como era de se esperar. E gritou, eu ouvi dizer que gritou... Mas eu já estava longe demais pra escutar.

8 de junho de 2009

O beijo eterno, o amor antigo, os motivos perdidos

Um beijo assim, doce, assim calmo... Que era a tradução de um sentimento ímpar... e um toque suave em uma pele quente; cujo calor aumentava diante do seu toque.
Um amor assim suave, assim quente... Que era traduzido por um beijo igualmente ímpar. Jurado com palavras leves e fortes, coloridas e discretas...
Um amor assim leve, assim forte... com traduções, manifestações e transformações que me davam rumo, motivo.
Motivos igualmente leves e fortes, igualmente doces e calmos, igualmente
coloridos e unicamente ímpares.


written on June, 8th.
to my first and purest love, A.C.A.

4 de maio de 2009

Adeus Você

Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante

Adeus você
Não venha mais me negacear
Teu choro não me faz desistir
Teu riso não me faz reclinar
Acalma essa tormenta
E se agüenta, que eu vou pro meu lugar

É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom

Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante

30 de abril de 2009

Open up your eyes (8)

Por que insistimos em fechar os olhos diante da realidade?
Deveríamos tentar abri-los para ver o que é real, o que é possível, mas todos tentamos construir uma realidade própria, baseada em vontades, desejos, sonhos e sentimentos próprios. Seria ótimo se fosse possível, mas não é.
Quando você para pra analisar as situações, você descobre que mascarou sua vida inteira e descobre que não sabe nem como é o rosto dela de verdade. Vai descobrir que não sabe nem lidar com a realidade como ela é.
Você finge, mente pra si mesmo e é só assim que sabe viver. Por fim, acaba descobrindo que é fraco demais pra tentar aprender a encarar a verdade, pra aprender a viver a vida real e continua vivendo uma meia-vida.. ma vida feita por um covarde de uma maneira que só um covarde sabe viver.

28 de março de 2009

Meio Termo

por Gabriel Araújo

Não me desespero mais
Nem tampouco espero
A paixão que eu tinha por tudo o que era vivo a minha volta
é revolta, mas ainda assim não desapaixono.

Os enganos de sempre nem me perseguem tanto
Mas nem por isso é feito de desenganos o meu canto.
A falta de alegria não é tristeza
Nem é felicidade, a inexistência de sofrimento

Não é tudo e nem é nada pra ser sincero
Mas nem dizer verdade é o que quero

__________________________________________


Um texto que poderia ter sido meu mas não foi. Foi dele, e muito bem escrito.
Talvez o sentimento dele ao escrever não tenha sido o mesmo que o meu quando tentei sem conseguir, mas sem dúvida ele descreveu o que eu senti.
Um texto, que se fosse meu, falaria de um mesmo sentimento sobre um emaranhado de coisas, que acabam por confundir e pluralizar um sentimento singular.
Foi uma carta que não mandei, não por não querer, mas por não conseguir traduzir o que se passava dentro de mim.

Ao Vencedor, os agradecimentos pela permissão e pela verbalização dos meus sentimentos, mesmo que sem querer ;)

23 de março de 2009

Aposentadoria


"... Não é que eu não ame minha profissão, estou apenas cansado."

Frase auto-explicativa.
Pra mim é um texto completo.
E além de tudo, um texto que nada tem a ver com sua frase auto-explicativa. Nada tem a ver com trabalho, profissão.
É sobre o sacrifício e a recompensa, sobre o suor e o pão.

"Eu quero descansar no seu peito o cansaço dessa vida e o peso de ter que ser alguém
eu já não sei o que faço, meu bem, nem o que farei.
(...)
Eu quero encontrar a minha paz pois já não sei dos perigos que essa vida me traz
só sei que a gente inventa amor e dor e tudo o que nos satisfaz"
¹


Concordo.
Pra que inventar a dor, se a escolha é minha?
Vou criar o 'somente amor'!
E encontrar alguém que o aceite. Porque a dor não me satisfaz.
Uma dose talvez, mas não a 'somente dor'.
Ela cansa.
Sem recompensa. Porque quando vem o cansaço, nada mais vale a pena. Só o descanso.
Talvez eu deva dizer adeus à minha carreira curta, mas bem vivida, de alternância entre 'amor e dor' e 'somente dor'.
Numa próxima vida² certamente terei outra profissão.
Mas nessa, já me cansei.
Talvez eu me aposente e viva plenamente a vida de aposentada.
Porque depois a gente renasce e começa tudo de novo.





¹- Trecho da música Descansar d'O Canto dos Malditos na Terra do Nunca
²- Referência a um comentário feito por mim sobre texto novo de um escritor amado(r), admirado e já citado no meu blog, o Filipe Cassiano.

18 de março de 2009

não caiu...

"Tentei chorar e não consegui."


... Tentei, mas a lágrima não caiu. É como disse numa postagem mais antiga: "Dessa vez já vesti minha armadura".

Choro assistindo filmes, novelas, lendo livros, mas quando algo ruim acontece COMIGO já não consigo chorar.

E quando fui tentar escrever, a palavra também não saiu.

Está tudo entalado na garganta... O choro, o grito, a dor, a saudade, a raiva... E não consigo colocá-los pra fora. Pode ser que eu nem queira que eles saiam... Só queria entendê-los. Só queria me entender.











lembrando que os textos postados no blog não estão em ordem cronológica ^^

26 de janeiro de 2009

Prêmio Brasileiro de Literatura Amadora.

Podem rir do título. A idéia é mais ou menos essa. Ironizar. Rir pra não chorar.
Em menos de um ano e meio fui premiada três vezes por textos de minha autoria.
"Ora (direis) certo perdeste o senso"
Mas eu não perdi.
Compus um texto de descrição pra que uma amiga minha colocasse em seu perfil do orkut. Ela adorou. Descrevi com fidelidade as características de uma pessoa única e incomparável. Pouco mais de dois meses depois de ter escrito o texto, navegando no orkut, encontrei-o no perfil d'uma outra pessoa que eu não conheço, mas duvido muito que seja exatamente como eu descrevi a Roberta. Exatamente a mesma descrição. Acho que até a cor que a Roberta pôs na letra a garota copiou.
Acontece.
Meu depoimento favorito foi escrito a Filipe Cassiano, um grande amigo 'letricista', outro ser, que como qualquer outro é único e incomparável. Inclusive lembro-me de ter usado as palavras indescritivelmente inigualável. Não adiantou. Filipe veio me mostrar que o depoimento foi copiado e usado pra descrever uma outra pessoa. Palavra por palavra. Metáforas, piadas ocultas no depoimento, que só nós dois poderíamos entender... Tudo, 'tim tim por tim tim'...
Isso me faz lembrar que há pouco mais de um ano fiz uma auto-descrição que foi copiada SEM PUDOR por uma pessoa muito próxima e colada também em seu perfil do orkut.
Não sei se rio ou choro. Ver outras pessoas usando um texto que não lhes pertence, sem dar nenhum crédito ao verdadeiro autor é triste. Imagino que outros pequenos que se tornaram 'grandes' tenham passado por isso. E isso me alegra, me tranquiliza.
Prêmio Brasileiro de Literatura Amadora... É isso aí. Só assim pra pobre ter crédito nesse país. Não que eu não tenha ganho um prêmio oficial por escrever. Já ganhei. Mas não parei de escrever e parei de ganhar. Agora quem me premia é o povo[inho]. Meus publicitários.
Espero que não parem de entrar no meu perfil e/ou blog pra copiar meus textos. É assim que sei que meu 'trabalho' é reconhecido.

Quando uma coisa ridícula acontece, eu costumo falar "isso é fim de carreira!" Nesse caso, é o contrário.
É o começo da minha. E que assim seja.

21 de janeiro de 2009

Bom Dia - Los Hermanos

Bom dia
Olha as flores que eu trouxe pra você, amor
São pra comemorar aquele dia
Que passei a viver do teu lado
Eu me lembro, entre nós não havia quase nada

E agora é só você que me faz cantar
E é só você que me faz cantar...

Havia mil motivos pra eu não estar naquele show
Mas o nosso destino foi escrito
Sob o som de uma banda qualquer
Eu me lembro, em setembro conheci minha mulher

E agora é só você que me faz cantar
E é só você que me faz cantar






Four months ♥