8 de dezembro de 2008
Devaneio do amor total
Torno-me o próprio amor.
Algumas vezes, quando estou do seu lado...
E amo com tanta força
E toco sua pele com tanto desejo
E sinto seus beijos, seu cheiro, seu corpo tão profundamente que acabo me tornando meu amor por você.
E nesses momentos eu tenho a certeza que, mesmo que você não me amasse, ao sentir meu amor emanar do meu corpo pro seu, pelo menos durante um segundo, o meu amor seria tão forte que daria por nós dois... Ainda que você não me amasse, nesses momentos, em que olho nos seus olhos que são meus, o meu amor que é seu passaria a ser nosso...
Meu coração grita que te ama e eu sei que o seu escuta, e repete, quase como um eco... Porque nessas horas o meu amor é tão grande que seria capaz de fazer você me amar só de sentir o quanto eu amo você.
19 de outubro de 2008
Uma carta de quase-amor.
"Eu destilei meu sangue em algo forte pra que eu pudesse me sentir melhor
Mas, do contrário, eu me senti pior
e usei desse artifício pra ocultar a dor
por ter perdido um Quase-Amor."
Disseram-me diversas vezes que os sentimentos são incompreensíveis.
Porque só seria possível compreender o que sentimos se raciocinássemos com o coração e isso é inviável.
Mas quando se trata de você nada é impossível.
Esse concreto-abstrato é feito de lógica e paixão, dúvida e compreensão.
Meu sentimento é composto unicamente de admiração.
Porque pra mim você é intocável, inviolável e inatingível;
imperfeito e por isso ainda mais magnífico e admirável.
Amo seu jeito volátil e incapturável de ser...
E quero-o ainda mais por ser completamente exterior a mim. Por ser assim, tão único e ter uma vida absolutamente alheia à minha. Por nenhuma parte de você vir de dentro de mim. E hoje desejo ardentemente que todas as partes que me compõem estivessem inseridas em você.
E ao fitá-lo e ver seus olhos me encararem e desviarem; ao sentir sua hesitação inexplicável, sentia uma ainda mais incontrolável necessidade de viver você.
Só de olhar já sentia seu abraço. De desejar já sentia o prazer acontecer.
Pois quando olho em seus olhos não vejo suas imperfeições; vejo apenas o que ainda não vivemos... E todas as vezes em que não pude estar em seus braços.
E vejo o futuro quase palpável, de tão próximo, mas praticamente invisível, de tão distante, que sonhei pra você e pra mim.
E vejo todos os beijos que ficarão no ar, todas as infinitas formas de amar, as intermináveis noites sob a luz do luar em que não terei você e as estrelas que você não vai fazer brilhar.
Brigas, provocações, negligência e hostilidade. Insegurança. Imaturidade. Tudo isso foi parte do sentimento perfeito manifestado por uma pessoa imperfeita. Volubilidade. Instabilidade.
Não saber sentir...
Porque eu não quis você "pra mim". Quis tê-lo ao meu lado pra sentir seu cheiro, ouvir sua voz, fazer você sorrir e sorrir ao ver seu sorriso. Tocar suas mãos pequenas, debochar do seu jeito de rir. Sem tentar ou querer possuir. E saber e aceitar ter que ver você partir.
E qualquer pessoa que tentar possuí-lo estará violando sua característica mais notável: a liberdade.
Liberdade de ir e voltar, vir e se despedir. De querer, de fazer, de pedir e mandar. Liberdade pra conquistar e não querer. De se cansar. Liberdade de querer ser livre, de saber ser livre. Liberdade de fazer-se livre de conceitos, preconceitos, pseudo-conscientização. Livre da mediocridade e de tudo o que é ordinário.
A verdade? A verdade que eu quis e busquei. Insisti...
Sempre foi irrelevante.
O que você diz olhando nos meus olhos é que é importante.
E suficiente.
E responde várias perguntas que eu nunca precisei fazer.
Mas hoje se tornou inexistente.
Quando alguém me perguntar por que "você" talvez eu diga seu nome como se você fosse o único do mundo. Talvez eu diga que foi apenas por ser você. Mas talvez eu não seja capaz de explicar...
porque além da comunicação, didática e compreensão
só que sente é capaz de entender.
Novembro de 2007
adaptado pra postagem.
Texto inacabado, como a oitava sinfonia de Franz Schubert, pois, assim como o compositor, o sentimento morreu antes do fim da composição.
23 de setembro de 2008
Palavras pra um futuro bom
Causas e conseqüências foram todas perdoadas
Acusações foram feitas
e todas as punições foram aceitas.
Qual a verdade em perdoar
ou mesmo pedir perdão
se os erros são mais freqüentes que a coerência com a paixão?
As desculpas já estavam aqui
antes mesmo desse tal de amor existir
A culpa e a inocência tornaram-se irrelevantes.
Acusado e acusador são, hoje, rótulos impertinentes.
O culpado pelo fim é sempre o mesmo
Nunca tua mania de falar, andar e acusar a esmo
Nunca tua falta de coesão com atitudes e palavras
Palavras que sempre tornam meus erros inaceitáveis
Inesquecíveis
E as tuas faltas todas perdoáveis
Compreensíveis
Que botam lágrimas nos teus olhos atores
Insensíveis
Para apontar minha teimosia maleável
Contrastando com sua maleabilidade inflexível
Invariável
Inatingível
Transformando minha sinceridade em hostilidade
E tua incoerência em amor
em verdade...
Teu silêncio conveniente vira espera
Porque sou sempre eu responsável pela guerra
Já passamos da hora de partir
Caminhar
Independente do rumo, sem objetivo a alcançar
Se eu pudesse
E soubesse...
Mas estou cansada demais das voltas e das idas
De todas as palavras repetidas
e vazias...
Cansada de transformar tristeza em melodia
Cansada de te ver elogiar a poesia
sem interpretá-la
sem entendê-la
Sempre fazendo ode à poesia que chora
Cada vez que você abre a porta e vai embora
E retorna
Como agora
Mas, pela primeira vez, sem repetição
Você saiu de casa
E dessa vez eu tranquei meu coração.
23 de setembro
7 de setembro de 2008
Inconstante
Você acaba de formar uma opinião sobre algo e aquilo já está mudando...
Instável mas não imprevisível.
Ordinário.
De tão usual instabilidade chega a ser repetitiva...
Cansativo.
E repentinamente a mutação pára porque até a instabilidade já era constante.
Previsível.
A rotina
da inconstância estável, da instabilidade constante, da mudança contínua...
Subjetivo.
Paradoxo.
O querer sem querer. A arte de ser seu próprio avesso.
Teoricamente poético e indefinível
gramaticalmente determinável
e facilmente rotulável
como mediocremente volúvel.
26 de agosto de 2008
A Ordem dos fatores altera o produto
A ordem delas? Quase sempre a mesma. Crie expectativas sobre algo. Resultado previsível: Frustração.
Da frustração nasce a vontade de não criar expectativas, não expectativa de não criar novas expectativas.
Já vi a frustração causar muitas coisas. Desespero, raiva, mágoa... Mas, pela primeira vez, uma DECEPÇÃO me proporcionou uma nova expectativa.
Sinto-me pronta pra sustentar essa expectativa e mais: pra acreditar na possibilidade de realização e confirmação dela.
Não um sonho ou um objetivo. Não uma esperança. Nada de tão fantástica gama. Uma coisa pequena mas talvez muito mais gostosa do que um novo sonho: a visualização de um novo caminho, uma nova probabilidade.
Estou pronta pra me empenhar na realização de uma nova idéia e acredito plenamente que sou capaz de torná-la real. E mais: acredito que minha idéia também sente o desejo de ser verdade.
A decepção só serviu pra me ensinar a saber a hora certa. A hora certa de ir embora. A hora certa de chegar em um outro lugar. Não somente a hora certa pra terminar, finalizar, mas também a hora certa de recomeçar no mesmo ou, no meu caso, num novo lugar.
26 de agosto de 2008.
21 de agosto de 2008
Além da Distância
"Não sei bem por onde começar. Na verdade nem sei se quero começar. Ainda tenho medo do começo.
Tudo que começa tem um final.
O começo sempre me faz pensar em como tudo pode terminar. E o fim sempre me faz pensar em como tudo começou.
De repente descubro que a chave que abre a porta do começo é a mesma chave que fecha a porta do final. Através do olhar grandes histórias começam a serem traçadas; e através das lágrimas essas mesmas histórias demonstram que é chegado o final.
Ah...já ia me esquecendo do meio que sucede o começo e estabelece o final. O meio em que começam os erros, as desculpas e a certeza de nunca mais poder confiar como antes.
Sinto medo do começo, de nunca mais saber começar.
Queria poder compreender além da distância dos meus olhos; enxergar o que prevê o tempo; e sempre conhecer a hora de recomeçar."
9 de agosto de 2008
Amar Amanhã
Another unsent letter.
Vou falar de um amor diferente.
Um amor que sinto, não entendo e não sei explicar.
Não sei se faltam as palavras ou se falta coerência.
Talvez falte-me a sanidade insana própria dos que amam.
Amo alguém que me quer. Alguém que sofre pela distância que tornei intransponível entre nós.
Tudo isso porque só sei amar amanhã.
Não, não quis dizer que só saberei amar amanhã, mas ainda hoje sei amar amanhã.
E quero prendê-lo em meu futuro dando hoje não amor, mas injeções de esperança que acabam por magoar a nós dois.
Não por ver no ser amado um brinquedo, um fantoche ou um objeto que eu possa manter numa estante ou numa gaveta, mas porque só sei amar amanhã.
Pergunto-me constante mente por que não posso amar hoje, mas não me respondo.
Já perguntei a todos que imaginei que pudessem me explicar , mas ninguém parece entender meu sentimento de amar amanhã.
E em minhas noites de vigília perguntei à lua, que não respondeu. Ou talvez tenha respondido e eu não pude ouvir. Eu não sei ouvir a lua.
Mas sei ouvir estrelas. E elas também não sabem a resposta, mas pelo menos me fazem companhia.
1 de agosto de 2008
Dark(ness)
é quando em mim te vejo.
e me enxergo
e transformo em realidade o que desejo
Sem limites, sem absurdos
é tudo possível no escuro
E surgem os espectros
E surgem os medos
E vêm à tona todos os segredos
O que não faço, o que não digo
tudo sai de dentro, vai pro mundo
Inatingível, irreverente
E não pára
quer sair, fugir da mente
virar verdade
E ao lado, a escuridão
E é essa escuridão que me leva.
Me possui, corrói e destrói
e de repente só há trevas
E não há nada
E sem escolha, pelas trevas sou levada
E não há medo, ou desejo
Não há sonho, ou segredo
há desespero, há solidão
Mas não há nada além de escuridão.
1 de julho de 2008
Only Time
Quem pode dizer aonde a estrada vai nos levar?
Quem pode dizer onde os caminhos se encontram e se eles se separam?
Só o tempo.
É impossível adivinhar o que está por vir. Não vamos, nunca, conseguir adivinhar como e quando vai ter uma curva de encontro ou de despedida na nossa vida.
Erros... Será que eles existem? Um erro pode ser apenas uma decisão que me fez perder algo no passado pra ganhar algo no futuro.
acerto? o que garante que é uma vitória o fato de ganhar algo hoje? Nada nos garante isso.
Nada que eu tenha feito na vida foi motivo de arrependimento. Eu nunca perdi nada que fosse indispensável. Nunca tive nada que fosse dispensável. Tudo foi necessário. Todos os aprendizados, todas as decisões... Tudo isso me trouxe até aqui.
Sou feliz por ser quem sou.
E se eu soubesse antes o que sei agora erraria tudo exatamente igual. Faria tudo exatamente igual. Cada detalhe...
Talvez tenham sido os detalhes que tenham me trazido até aqui. Não sei...
Mas, onde é 'aqui'?
Essa é outra coisa que só o tempo vai dizer.
Estou entrando numa nova era... Um novo tempo. Tomando atitudes. Passei a buscar aquilo que quero pra mim. Buscar aquele que quero pra mim. Se vai valer a pena? Com certeza! Se vou conseguir o que quero? Só o tempo vai dizer.
Não sei mais se pensar duas vezes antes de tomar uma decisão realmente é o que devo fazer. Como disse antes, na vida não existem erros e acertos. A vida não é uma ciência exata. "Navegar é preciso. Viver não é preciso."
O importante não é ter medo de errar ou ter vontade de acertar. O que devemos fazer realmente é ter vontade de viver. Isso sim é sucesso. Caminhar de acordo com as SUAS convicções é ser feliz, é viver. Não é necessário ter um motivo pra tomar uma decisão. É preciso ter vontade de fazer. As pessoas que realmente importam te amarão sempre, independente de 'erros' e 'acertos'. Faça o que quiser, viva como quiser viver. Mas faça... Mas viva! Assim, no fim, você vai poder olhar pra trás e ver que, independente de erros ou acertos, você foi você.
29 de junho de 2008
par perfeito
Se você quiser que eu te ame, permaneça do lado de fora do portão, fora do muro que eu construí à minha volta. Se eu não te der a mão é porque eu não quero que você me siga. Se eu correr, não tente me alcançar. Se eu me esconder, não tente me encontrar.
Se você quiser que eu te ame, jogue do meu jeito. Se você disser que isso não é um jogo, eu vou provar que você está errado.
Se você quer que 'você e eu' sejamos nós, seja sempre você mesmo e permita que eu seja eu mesma. O amor é somar a mim em você. Não subtrair você de nós. Eu tenho que ser EU pra fazer você me amar. Se eu tiver que me tornar quem você quer que eu seja, é só você amando a você mesmo.
por Liu, em 29/06/2008
13 de junho de 2008
preciso dizer que te amo.
As três postagens em que pus mais emoção, que foram Palavras e Silêncio, Infinita Highway e Heard Hart não são engraçadas. Ao lê-las não senti vergonha ou achei graça, mas senti saudade. Saudade da sensação e da emoção que senti ao escrever. Cada carta foi pra uma pessoa e nenhuma foi mais importante que a outra. Não me arrependo de ter escrito e melhor que isso: me arrependi de não ter enviado duas delas.
Palavras e Silêncio e Infinita Highway foram cartas que deveriam ter sido enviadas. Infinita Highway certamente foi lida por seu destinatário aqui no blog e o dito cujo sabia que era pra ele, mas Palavras e Silêncio não. Não é que me arrependa de não ter vivido, de não ter tentado. É que alguém que foi tão especial que merecia saber o que eu senti. Não me acho idiota por ter-me sentido assim.
Ao ler aquela carta sinto-me orgulhosa. Orgulhosa de ter sentido o que senti. Muitas pessoas morreram sem sentir aquilo, sem colocar tanto de si numa carta, sem ter tanto receio, sem ter tanta vontade de ter alguém ao seu lado.
Hoje o destinatário da carta Palavras e Silêncio é apenas um grande amigo... Apenas não, porque um grande amigo não é pouca coisa. Alguém que não sabe o quanto gostei dele, é verdade, mas é também alguém a quem pretendo dizer o quanto o amo hoje.
Lendo essas cartas penso que o receio que sentimos em proclamar nossos sentimentos e as possíveis conseqüências ruins que vêm com tal ato são coisas pequenas perto do arrependimento de não fazer a pessoa saber o quanto foi querida, o tamanho da emoção que causou.
Um ano depois de escrever Palavras e Silêncio, muita coisa mudou. Muita mesmo. Vivi muita coisa, conheci muita gente. Me apaixonei pelo destinatário de Hard Heart, me apaixonei por um destinatário que não ganhou cartas, mas a importância do causador de sentimentos do dia 15 de junho de 2007, e de tantas outras vezes que esse mesmo poeta colocou borboletas na minha barriga, só aumentou.
Foi alguém que me fez sentir. E alguém que depois de um ano consegue me ensinar muitas coisas sobre algo que nem sinto mais.
Se eu posso dar um conselho a você que está lendo essa postagem (haja paciência hehe) é este, tirado de duas músicas do cantor Gabriel, o pensador:
"Pensa, que o pensamento tem poder. Mas não adianta só pensar. Você também tem que dizer.
Diz, porque as palavras têm poder. Mas não adianta só falar. Você também tem que fazer.
Faz, porque você só vai saber se o final vai ser feliz depois que tudo acontecer."
e "Pra saber o que é possível é preciso que se tente conseguir o impossível, então tente."
A pessoa que você ama merece saber que é amada. Não apenas porque você corre o risco de perdê-la se não disser, mas porque o amor deve ser proclamado, deve ser anunciado. Ainda que você tenha momentos de dúvidas sobre o amor, a paixão, o afeto e variações.
O amor pelo amor deve ser encorajado. Sinta-se orgulhoso por ser capaz de sentir. Faça alguém feliz por saber que foi capaz de causar o amor.
E se esse tal amor não for recíproco, não se sinta um lixo por isso.
Na próxima postagem eu falo por quê.
28 de maio de 2008
Te faz perguntar, quantos estranhos tem uma foto sua?
Quantos momentos da vida dos outros nós fizemos parte?
Ou se fomos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se tornaram realidade?
Ou se estivemos lá, quando os sonhos delas morreram.
Nós continuamos a tentar nos aproximar?
Como se fossemos destinados a estar lá.
Ou o tiro nos pegou de surpresa.
Pense...podemos ser uma grande parte da vida de alguém..e nem saber.
13 de maio de 2008
9 de abril de 2008
Just do it!
Jimmy Eat World
Mesmo sendo considerada uma banda Emo (Rock Emocore) é uma banda de som pesado e letra boa. Ao ouvir as músicas não tive vontade de chorar e minha auto-estima não diminuiu porque do som. É um misto de letra boa com som pesado e agradável pra ouvir durante ... Sei lá! Dá pra ouvir sempre que quiser. Algumas músicas, como 23 e Drugs or Me, são boas pra ouvir acompanhado daquela pessoa especial. Mas coloque Drugs or Me apenas se seu "alguém especial" não fala inglês ou se essa pessoa for um dependente químico. ><'
Se você se rotula segundo seu estilo musical e esse rótulo é "pagodeiro", "axezeiro" ou "funkeiro" dificilmente vai gostar de um som assim, mas se gosta da Música Boa sem rótulos é provável que goste de Jimmy Eat World. (=
Abaixo um trecho da música The World You Love traduzido. Ela é bem emo, mas é legal. (Y)
"Eu peguei no sono com meus amigos à minha volta. O único lugar que eu sei que me sinto a salvo. Vou chamá-lo de casa.
A estrada aberta ainda está a milhas de distância. Nada sério. Nós ainda temos bons momentos. Nós já tivemos bons momentos.
Mas as janelas se fecham e se abrem. É assim que as coisas são.
Isso não se parece com o brilho do sol, apesar de tudo? O mudo que amamos se foi pra sempre. Nós apenas somos tão felizes quanto os outros pensam que somos."
10 de janeiro de 2008
A mulher que passa
Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontrava se te perdias?
Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida?
Para o que sofro não ser desgraça?
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!
No santo nome do teu martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero depressa
A minha amada mulher que passa!
Que fica e passa, que pacifica
Que é tanto pura como devassa
Que bóia leve como a cortiça
E tem raízes como a fumaça.
Basta Pensar em Sentir
Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.
Uns versos quaisquer
Vive um momento com saudade dele
Já ao vivê-lo . . .
Barcas vazias, sempre nos impele
Como a um solto cabelo
Um vento para longe, e não sabemos,
Ao viver, que sentimos ou queremos... Demo-nos pois a consciência disto
Como de um lago
Posto em paisagens de torpor mortiço
Sob um céu ermo e vago,
E que nossa consciência de nós seja
Uma cousa que nada já deseja... Assim idênticos à hora toda
Em seu pleno sabor,
Nossa vida será nossa anteboda:
Não nós, mas uma cor,
Um perfume, um meneio de arvoredo,
E a morte não virá nem tarde ou cedo... Porque o que importa é que já nada importe...
Nada nos vale
Que se debruce sobre nós a Sorte,
Ou, tênue e longe, cale
Seus gestos... Tudo é o mesmo... Eis o momento ...
Sejamo-lo... Pra quê o pensamento?
What really matters
Sorrir e Ser feliz?
Fazer sorrir e Fazer feliz?
Ou fazer chorar e Fazer sofrer..? Impedir alguém de ser feliz?
O fim justifica os meios?
Magoar os outros pra ser feliz?
Vingar-se?
Mentir?
Omitir?
Não sei mais o que vale a pena... Não sei mais o que realmente importa.
"Acho que estou me tornando alguém que não quero ser."