Infinita Highway

Carta que não mando.
Essa é nova. Ninguém leu ainda. =)

"Pra começar dizer que o amor chegou ao fim..."
Depois de tanto procurar teu olhar sem encontrar, tantos econtros sem despedidas, tantas promessas não cumpridas eu consegui. Deixei o amor pra trás na última curva que fiz.
Quando VC foi embora foi horrível. E durante muito tempo eu senti dor e sofri. E chorei. E então parei. Parei de sentir dor por não saber sentir. Parei de sofrer por não ter mais emoções. E chorei. Chorei por não ter o que fazer. Chorei, pedindo ao tempo que passasse e soprasse um vento bem forte que tirasse de mim tudo o que não fosse meu, incluindo você. Mas o tempo não passou. Ou passou e não soprou. Ou soprou e eu não senti. E então eu sonhei. Algumas vezes, sonhei que nos encontrávamos numa das curvas do caminho e seguíamos juntos. Outras vezes sonhei que me encontrava numa dessas curvas e seguia comigo. Até que acordei. Quando olhei pra frente vi que não havia curvas; só uma imensa reta. Então percebi que deveria caminhar, seguir em frente pra alcançar o que quer que fosse. Primeiro eu corri. Corri muito, fui muito longe, mas não encontrei nada além do cansaço. Cansada, abaixei a cabeça e caminhei lentamente, perdida nos meus próprios pensamentos... Caminhei sem saber pra onde ia ou onde queria chegar. Até que olhei pra frente e vi uma coisa diferente daquela reta. Vi uma bifurcação... E em um dos caminhos havia um rastro seu e no outro, estava ela... A parte de mim que VOCÊ mandou embora. A parte de mim que sabia, que queria, que podia, que fazia... A parte de mim que sou eu. A parte que é feliz sem você. E percebi que ali eu poderia continuar sendo só a parte de mim que é você, correr atrás de você ou gritar pra ver o quão longe você estaria, se me ouviria e se me esperaria. Mas também podia ser eu. A Lígia. Só Lígia. E fiz minha escolha. Sou feliz por ter escolhido isso. Ao longo do caminho que escolhi tenho encontrado os carvões que molhei, as pessoas que abandonei. Pedacinhos de mim espalhados pelo chão. Pedaços de outros tempos, e pedaços de tempos novos. E hoje tudo o que faço é correr atrás do horizonte. Não sei onde vai dar nem quando vou chegar. O importante é que o horizonte é logo ali e não é difícil alcançar. Só não se pode ficar parado... É hora de se mover pra viver mil vezes mais.